Brucutu será a primeira mina brasileira operando somente com caminhões autônomos
Sete veículos já trafegam sem operadores e, até 2019, serão 13 unidades
Resultado de seis anos de pesquisa e testes, sete caminhões Caterpillar de 240 t utilizados no transporte de minério de ferro da frente de lavra de Brucutu à usina de beneficiamento começaram a fazer parte da rotina das operações ao lado de outros seis veículos operados de maneira tradicional. Quando toda a frota for substituída por caminhões com a nova tecnologia, no início de 2019, a mina da Vale será a primeira a operar de forma autônoma no Brasil.
Com base em dados de mercado da tecnologia, a Vale espera conseguir aumento da vida útil de equipamentos da ordem de 15%. Estima-se ainda que o consumo de combustível e os custos de manutenção sejam reduzidos em 10% e que haja um aumento da velocidade média dos caminhões.
A operação autônoma também traz relevantes benefícios ambientais. A economia de combustível usado nas máquinas resulta em volume mais baixo de emissões de CO2 e particulados.
"O uso deste tipo de tecnologia é crescente no mercado mundial, não só na área de mineração. A utilização de equipamento autônomos vai trazer ganhos de produtividade e competitividade para a Vale e a indústria brasileira", afirma Lúcio Cavalli, diretor de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos.
Os operadores de equipamentos de Brucutu foram deslocados para outras funções na própria mina ou em outras unidades da Vale na região. Parte da equipe foi aproveitada na gestão e controle dos equipamentos autônomos, após ter passado por cursos de capacitação, que podem durar até dois anos.
Mais segurança
Com menos pessoas presentes nas atividades de lavra, onde há movimentação de veículos pesados e grandes volumes de carga, diminui a exposição dos empregados a riscos de acidentes.
A tecnologia utilizada nos caminhões consegue identificar obstáculos e mudanças que não estavam previstas no trajeto determinado pelo centro de controle. Ao detectar riscos, os equipamentos paralisam suas operações até que o caminho volte a ser liberado. O sistema de segurança é capaz de detectar tanto objetos de maior porte como grandes rochas e outros caminhões até seres humanos que estejam nas imediações da via.
A experiência com equipamentos autônomos em Brucutu vai ajudar a Vale a determinar o futuro do uso da tecnologia nas demais operações. A conversão de uma mina para operação autônoma demanda um investimento expressivo, portanto, minas com baixo volume de produção continuariam a utilizar o sistema tradicional. "Vamos avaliar com cuidado os resultados e a viabilidade para outras operações e processos, mas as perspectivas são promissoras", diz Lúcio Cavalli.
Vale na Indústria 4.0
A Vale começou a implantar em 2016 um programa de transformação digital para se adequar à Indústria 4.0, o que vai permitir à empresa promover a integração entre as áreas de negócio pelo mundo, reduzir custos, simplificar processos, aumentar a produtividade e a eficiência operacional, e alcançar os melhores índices de saúde e segurança. O programa se baseia em quatro pilares: Analytics, sistemas e cadeias integrados, robotização e equipamentos autônomos. A empresa está utilizando Internet das Coisas, Advanced Analytics, Machine Learning, Inteligência Artificial e aplicativos móveis, entre outras inovações tecnológicas.
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